Lendo as notícias sobre a crise presidencial no Egito, deste ano, (vide: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/874578-voz-do-povo-egipcio-foi-ouvida-diz-secretario-geral-da-onu.shtml ), percebi 'coisinhas' interessantes da gramática: A questão da silepse de número e do plural do numeral.
Primeiramente, palavra do grego, silepse significa compreender, mas não no sentido comum, mas no adicional, o outro. Chamamo-la concordância 'ad sensum'. Figura de construção que encontramos na frase: "A voz do povo egípcio, particularmente dos jovens, foi ouvida, e cabe a eles determinar o futuro do país". Aqui o sentido de 'a voz do povo' é de uma voz representando a coletividade, ou seja, sngular na função de plural. Eis o outro sentido. Captamos a mudança no viés gramatical, então a chamamos, pela característica, de silepse de número (singular que é na verdade, plural, o povo egipcio[eles]).
Ainda tem a questão do numeral em: "As relações com o Exército egípcio são tradicionais e importantes para Washington, que fornece cerca de US$ 1,3 bilhão por ano em ajuda militar ao país".
Bilhão, assim mesmo, no singular, pois 1 (um) é singular, e número com vírgula, fracionado, permanece no domínio do singular até 2 (dois), e daí em diante. Aí seriam 'bilhões'... [obs.: e é numeral cardinal]
Eis a gramática, mas espere: "-Gramática, só gramática?" - " E o povo egípcio na luta pela democracia? E os bilhões injetados no Egito pelos EUA para ter mais um 'peixe' no Oriente?". Eu me interessei, mesmo que não muito, confesso, mas li tudo e não quis saber só da gramática.
Enfim, deixemos coisinhas e vejamos o todo. Não a parte pelo todo da metonímia, o todo mesmo. O que vale a silepse se nada compreendemos? E o que dizer do bilhão se não entendo de números? Busquemos a compreensão na gramática e também leitura. Busquemo-la.
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