A tragédia foi um gênero muito importante na sociedade grega, pena hoje em dia não ser tão popular como outrora (também já há muitas tragédias reais que substituem). Notável é saber que a trilogia de Sófocles (496 a.C.) colaborou muito menos para o imaginário literário da época que os padrões éticos e morais dessa sociedade. Temas como incesto, castigos divinos, homicídios, guerras, honrarias, todos debatidos de maneira a colocar homens e deuses num contraste de oposições fatais, ou seja, havia um conflito irremediável entre estes, do qual os primeiros sairiam inevitavelmente destruídos. Homens não podiam contrariar à votade dos deuses, inexoráveis e exigentes, ao mesmo tempo que as divindades também lhes protegiam.
Édipo foi um dos heróis que bateram de frente com a imposição dos deuses, que acidentalmente (ou não) predisseram (através do oráculo) ser o futuro rei de Tebas também seu algoz. Édipo foi vítima de uma maldição (e por efeito dominó, toda a família, desde Laio) e chega a assassinar seu próprio pai, ainda casando-se com sua mãe. Apesar de não ser um ato cometido conscientemente, o destino havia-se cumprido, e assim, foi este punido severamente para livrar o assombro que cercava a cidade de Tebas. (e neste ponto termina o primeiro livro - Édipo Rei). Já no segundo, Édipo em Colono (somente em ordem cronológica da história), interpreta-se a peregrinação de Édipo, auxiliado por sua filha, Antígona a ter um bom lugar para se proteger. Édipo, já velho, encontra repouso em Atenas, com o famoso Teseu, e lá encontra a "boa morte". Por fim, fechando a trilogia, Antígona mostra o regresso da mesma para Tebas e a punição que esta sofre ao tentar dar um enterro digno a seu irmão, Polinice, que havia sido decretado como traidor da cidade, após uma investida desmedida. No final, a maldição novamente se concretiza, e a tragédia se encerra, mostrando mais uma vez o poder do destino (como dos deuses), e para se eternizar no imaginário não só dos gregos, mas de toda a civilização ocidentalizada.